Compositor: Não Disponível
Vai-se a poesia das coisas
Ou minha vida não pode condensá-la?
Ontem, olhando o último crepúsculo
Eu era uma mancha de musgo entre as ruínas
As cidades, fuligens e vinganças
A sujeirada cinza dos subúrbios
A oficina que curva as costas
O chefe de olhos turvos
Sangue de um arrebol sobre os morros
Sangue sobre as ruas e as praças
Dor de corações rotos
Poder de tédios e de lágrimas
Um rio abraça os arredores!
Como uma mão gelada que tenta nas trevas
Sobre suas águas se envergonham de ver as estrelas
E as casas que escondem os desejos
Por trás das janelas luminosas
Enquanto lá fora voa o vento
Levando um pouco de barro a cada rosa
Para tua liberdade bastam minhas asas
Desde minha boca chegar até o céu
Porque estava adormecido sobre tua alma
Longe, a bru, dos esquecimentos
Fumaças espeças, talha-mares quebrados
E o campo, o campo verde
Em que ofegam os bois e os homens sudorosos
E aqui estou eu
Situado entre as ruínas, mordendo
Só todas as tristezas
Como se o pranto fosse uma semente
E eu o único sulco da terra
Em representação das populações
E as casas que escondem os desejos
Por trás das janelas luminosas
Enquanto lá fora voa o vento
Levando um pouco de barro a cada rosa
E aqui estou eu
Situado entre as ruínas, mordendo
Só todas as tristezas
Como se o pranto fosse uma semente
E eu o único sulco da terra
É Neftalí, é Neftalí, Pablo Neruda
Honras para os lutadores que à sua população escudam
Honras para os que caíram no golpe
E para os que sofrem dia a dia as sequelas torpes
Que nos trapaceiam e nos rompem
O marginal, o drogado, o viciado, o limitado
O amante da liberdade, o operário
Que sai da crista, porém com resistência
Este tema é dedicado pra todas as populações
Guetos, favelas da América Latina
Pudahuel Sul representa
Movimiento Original